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A voz informativa radiogénica

A voz informativa radiogénica

Posto que a rádio se baseia só no som, e a voz é o principal instrumento de trabalho dos jornalistas radiofónicos, é imprescindível exigir determinadas qualidades vocais aos locutores. Portanto, o nosso objetivo será averiguar quais são as características que deve reunir a voz radiofónica informativa para se transformar em que denominaremos uma voz radiogénica.

1.     A voz informativa radiogénica[1]

Emma Rodero[2]

 

Tradução e adaptação

Rui de Melo

Doctor en Periodismo y Ciencias de la Información na Universidad Pontificia de Salamanca

e licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto

 

“Quantos há que se cegam em não ver que a sua voz não é apta para locutor e atribuem sempre a qualquer tipo de circunstâncias, menos à verdadeira, o motivo do seu fracasso! E é que o locutor, ao não possuir a voz autenticamente radiofónica, não o pode ser embora se possuam todas as demais qualidades. Diferentemente do ator, a voz é a sua principal arma de combate, e carente dela fica indefeso para o seu labor”.[3]

Posto que a rádio se baseia só no som, e a voz é o principal instrumento de trabalho dos jornalistas radiofónicos, é imprescindível exigir determinadas qualidades vocais aos locutores. Portanto, o nosso objetivo será averiguar quais são as características que deve reunir a voz radiofónica informativa para se transformar em que denominaremos uma voz radiogénica.

A arte de empregar a voz de maneira correta e agradável denomina-se ortofonia dentro da qual demarcamos a voz radiogénica como a mais adequada para a rádio, não só numa vertente puramente estética, baseada no próprio instrumento vocal, mas, além disso, num ponto de vista formal. A voz radiogénica é assim a mais agradável para os ouvintes porque é aquela que explora todos os seus recursos expressivos em função do conteúdo do discurso informativo. Portanto, além de bela, é volúvel. Para caracterizar esta voz informativa radiogénica atenderemos ao critério vocal.

A voz encontra-se condicionada pelas suas próprias qualidades acústicas, mas também pelas suas capacidades vocais. A uma voz radiogénica exige-se, portanto, não só umas características agradáveis, mas também a sua adaptabilidade à mensagem informativa. Isso supõe que deve reconhecer os significados atribuídos às qualidades acústicas da voz para gerar as impressões e suscitar as imagens que o locutor deseja.

1. Conforme a altura tonal[4]

Não se pode afirmar taxativamente que exista um registo de voz adequado para a voz informativa radiogénica. Posto que as mensagens são variadas e múltiplos os conteúdos, será necessário selecionar a altura da voz de acordo com a semântica. Então, o adequado será ajustar os significados dos diferentes tons vocais ao conteúdo do discurso informativo. Estas associações de tons agudos e graves com determinadas sensações, impressões ou traços físicos e psíquicos do locutor apresentam uma raíz puramente psicológica, partilhada, isso sim, pela maioria dos ouvintes. Por isso, é imprescindível para o locutor descobrir estas correspondências.

O tom agudo de uma voz mantém a altura média na gama mais alta. As vozes e registos agudos associam-se, em geral, a estados de ânimo positivos: de euforia, jovialidade, alegria e, portanto, com situações de excitação. Trata-se de uma correspondência que se pode basear na própria experiência vital. Quando qualquer sujeito recebe uma grata notícia, as suas expressões elevam-se às notas mais altas. Mas, se a voz é muito aguda e se expõe durante prolongado tempo acabará por produzir esgotamento a quem a ouve.

Por outro lado, os tons agudos percebem-se com absoluta nitidez. Num ponto de vista acústico, são mais inteligíveis. Assim, estas vozes parecem claras e transparentes. De facto, a teoria lumínica de Amorós[5] parece basear-se nestes dados para associar as altas oitavas dos sons com as cores esbranquiçadas ou claras.

Mas, apesar da clareza destas vozes, as agudas parecem mais distantes, a sua presença costuma ser menor. De facto, quando um indivíduo se afasta, a voz que se percebe está sustentada nas notas altas. Por isso, as vozes e registos agudos são mais distantes.

Além dessas sensações psicológicas, uma voz alta transmite menos credibilidade e atratividade e um grau mais elevado de imaturidade e insegurança. Como comprovou Rodríguez Bravo[6]: “quanto mais um locutor sobe o seu tom modulador para os tons agudos menos atrativa e mais imatura é a imagem de si mesmo que está a construir’". Esta circunstância pode acontecer porque estes são os traços pessoais associados com o mundo infantil e as crianças são quem possui as vozes mais agudas.

Finalmente, por estas razões, as vozes e os registos agudos são mais adequados para programas radiofónicos alegres e distendidos, diurnos e dirigidos fundamentalmente ao entretenimento. Não seria, portanto, o tipo de voz o registo mais apropriado para os programas noticiários radiofónicos.

O tom grave é o que fica retido nas chaves mais baixas da escala tonal. Em princípio, as notas graves associam-se a estados psicológicos negativos: tristeza, depressão, melancolia e, portanto, a situações de maior tranquilidade e sossego. Ao contrário do que acontece com os tons agudos, quando qualquer sujeito atravessa momentos difíceis na sua vida, a sua expressão arrasta-se nos níveis graves. Daí, esta correspondência. Porém, como se associa a estados de maior repouso, a exposição prolongada não produz esgotamento, como na aguda, mas cansa pela sua monotonia. Como se costuma dizer, o ouvinte adormece.

O maior problema com que se confrontam as vozes e os registos graves é a sua obscuridade. Percebem-se como apagadas e opacas, sem clareza. De facto, se a voz é muito grave e se acompanha, além disso, de uma quebra de intensidade e duração, a expressão pode chegar a ser ininteligível, com o que o ouvinte perde o contato com uma parte da mensagem. A voz tende a desaparecer. Por esta razão, e conforme a teoria lumínica de Amorós, as oitavas baixas relacionam com as cores derivadas do negro.

No seu benefício, as vozes graves apresentam uma maior sensação psicológica de proximidade. Parecem com mais presença. De facto, em qualquer comunicação interpessoal com distância mínima, percebem-se com toda a magnitude as notas graves dos dois indivíduos; razão pela qual se transforma no registo que se emprega em situações íntimas e pessoais.

Esta experiência psicológica que atribui a maior presença dos graves e o afastamento das agudas poderia explicar-se, além do fator anterior, ante a correspondência entre as vozes graves e o maior volume corporal. Neste sentido, Knapp[7] realizou um estudo cujo objetivo era a associação de uma voz a um determinado peso e altura do falante. A conclusão que obteve foi que a uma voz grave corresponde uma forte presença física, um maior tamanho e peso do falante.

Ao contrário do que sucede com as agudas, as vozes graves transmitem maior credibilidade, maturidade e segurança. A correspondência neste caso devia estabelecer-se com a voz de um homem adulto, geralmente muito grave, a quem se supõem estes traços.

Neste caso, as vozes graves serão mais válidas para criar ambientes íntimos, para programas sérios ou noturnos, que requeiram maior capacidade de atenção. Portanto, de maneira especial, apresentam-se como mais apropriadas para os programas noticiários radiofónicos.

Face a estas características associadas às alturas tonais, conclui-se que a voz informativa radiogénica, posto que agradável ao ouvido, não pode ser nem demasiado grave (que seria muito obscura e profunda) nem, ao contrário, uma muito aguda, demasiado infantil (que não transmitiria credibilidade).

Ora, qual é a altura mais agradável para uma voz informativa radiogénica? Depois de rever estas correspondências, a balança se inclina mais para as vozes e os registos graves, que para as notas agudas. As razões que nos decantam para a grave são de carácter fisiológico, acústico e psicológico.

Do ponto de vista fisiológico, uma voz grave com uma boa articulação não necessita de ampliar a intensidade (uma voz grave costuma ser mais intensa). Portanto, a voz força-se menos e pode-se falar durante mais tempo sem chegar ao sobreesforço. Por outro lado, uma voz aguda percebe-se menos, mantém menor presença, pelo que se vê obrigada a aumentar a intensidade e provoca maior esforço. Porém, para os locutores de noticiários radiofónicos é importante a utilização constante da sua voz, como instrumento de trabalho, sem padecimentos nem dolências. Finalmente, uma voz grave é mais apropriada para o locutor radiofónico ao ser capaz de se encontrar ativo durante mais tempo, mas quase sem esforço.

Do ponto de vista acústico, posto que as notas altas são as reforçadas no afastamento, uma voz aguda transmite distância e frialdade, perante o calor e a presença de uma voz grave. Portanto, empregando os tons graves estabelecem-se laços de comunicação mais próximos com o ouvinte, um aspeto que a audiência de rádio valora sobremaneira. Existem inclusivamente estudos como o de Ellis[8] que demonstram a correspondência direta entre a tonalidade da voz dos médicos na sua relação com os pacientes. A conclusão é que a tonalidades graves, mais quentes, os pacientes respondiam mostrando-se mais animados. Da mesma maneira, outras experiências como a realizada por Rodero[9] constataram que uma das preferências pela voz grave se deve precisamente à calidez que estas vozes transmitem perante a frialdade das mais agudas.

Por último, numa perspetiva psicológica, as vozes graves percebem-se como mais seguras e credíveis que as agudas. E estas dos características -credibilidade e segurança - são muito estimáveis para um locutor informativo radiofónico. Esta associação é reforçada por alguns estudos, como o que cita Balsebre[10], em que se associa a variável credibilidade a uma voz de tom mais baixo, menor velocidade, menos volume e maior variação. Ao mesmo tempo, os estudos de Rodero[11] demonstraram que outra das preferências dos sujeitos inquiridos pelas vozes graves se deve à maior credibilidade, veracidade, segurança e tranquilidade que transmitem. Por todas estas razões, Rodríguez Bravo recomenda o seguinte:

“o locutor construirá uma voz muito melhor aceite pelos ouvintes sempre que procure falar situando-se acusticamente nos seus registos mais graves. Isto é, sempre que situe o tom modulador na zona mais baixa da sua tessitura. Esta afirmação é válida tanto para as vozes masculinas para as femininas”[12].

Outros autores, como Keith Cohler[13], expressam também a sua inclinação claramente ao afirmar que “para os locutores de rádio, o registo de voz mais apreciado encontra-se nos dois tons mais graves, seja num homem ou numa mulher. Sentimos como funciona assim com sopranos e tenores”.

De alguma maneira, os estudos demonstram que existe uma inclinação para os registos graves perante os agudos mas em nenhum modo isto quer dizer que seja o único que deva empregarse. Em primeiro lugar, o registo selecionado tem de ser acorde com o conteúdo da notícia. Não se pode empregar um demasiado grave, por exemplo, para uma notícia animada de tipo cultural. Em segundo lugar, o locutor deve variarlo a fim de evitar a monotonia. Mas, por último, se o locutor já possui uma voz bastante grave não é aconselhável que se mantenha ao longo do discurso muito abaixo no seu nível tonal, já que então a voz soará sempre menos clara. Finalmente, sempre tendo presentes estas salvedades, em geral, para os noticiários radiofónicos preferem-se as vozes e os registos ou níveis graves.

Em conclusão, as vozes e os registos ou níveis graves são mais radiogénicos que os agudos, pelo que são mais aconselháveis para o locutor de rádio. Mas de isso não se conclui a supressão das chaves altas o medias do discurso informativo. Cada uma se empregará de acordo ao conteúdo. Por isso, além de ser uma voz grave, deve caracterizar-se, como já se insistiu, pela versatilidade, neste caso, versatilidade tonal. A voz informativa radiogénica é uma voz dotada de riqueza melódica, volúvel, capaz de ascender e descender ao seu antojo na escala tonal, isto é, uma voz que domina a vontade a extensão vocal a que pertence, em função sempre do conteúdo da mensagem informativa. Para isso, o locutor radiofónico deve empregar os seus registos tonais de acordo com as associações psicológicas que sugerem no ouvinte.

Conforme o timbre[14]

O timbre é a qualidade acústica da voz que maior relevância possui, ao ser a que concede o matiz característico ao som. Assim, é a qualidade da voz mais complexa. Por isso determina a personalidade da voz, imprime as características que a definem. Portanto, quando uma voz nos parece bonita ou, ao contrário, nos desagrada, o que se está qualificando, na realidade, é o seu timbre. Esta é a razão pela qual possuir um bom timbre vocal é essencial num locutor radiofónico.

Esta qualidade da voz é tão decisiva que é precisamente através do timbre que se reconhecem e identificam as vozes. Por isso, na rádio, transforma-se no fator determinante, ao constituir a voz o único som que o ouvinte percebe. O timbre supõe a identificação do emissor. É a qualidade acústica que evoca as imagens na mente da audiência:

“sugere rádio, é muito importante uma voz profunda que comunique autoridade: de facto, a voz pode, com frequência, contradizer o físico. Um locutor britânico que pareceria pela sua voz em antena uma pessoa robusta, madura e misteriosamente atrativa era, na realidade, em pessoa, baixinho e tinha um olho de vidro”[15].

Portanto, o timbre é o meio mais importante através do qual o recetor constrói a imagem mental do sujeito falante, embora como se viu, poucas vezes coincida com o físico real.

Quanto ao timbre, a voz informativa radiogénica é, como já se disse, uma voz agradável, o que supõe uma qualidade inata. Para Rodríguez Bravo[16], “esta agradabilidade depende de forma importante da harmonicidade[17] do timbre da voz e de uma atitude do locutor bastante tranquila e amistosa para que se consiga um som relaxado e cálido'’". Esta é a razão pela qual, por vezes, uma voz que, em bruto, não parece uma voz bonita pode melhorar através de uma adequada reeducação. Portanto, não só é questão de nascer com uma boa voz, também é necessário trabalhá-la, exercitá-la. Como recomenda Cícero[18]devemos desejar uma voz bonita, e embora não dependa de nós possui-la, depende de nós cultivá-la e fortificá-la’.

Além de agradável, a voz radiogénica deve ser harmónica e transparente, o que se traduz na perceção do ouvinte de uma maior sinceridade por parte do locutor, característica essencial na informação radiofónica. Naturalmente, a voz radiogénica deve ser uma voz bem timbrada. De facto, conforme o estudo de Rodríguez Bravo[19], “quanto mais segura e melhor timbrada for a voz radiofónica mais distinguida será a imagem que projeta".

O que se pretende com a exercitação da voz é conseguir uma voz com autoridade e personalidade, o que Boyd[20] denomina “uma boa voz microfónica”, que conta com estas características: “que soe razoável, brilhante e ressoante e livre de defeitos evidentes de fala”.

Finalmente, como também concluem algumas experiências[21], a voz informativa radiogénica é uma voz com autoridade, ressoante, rica em matizes, harmoniosa, clara e uma voz explícita, isto é, aquela que sem ressonâncias metálicas é agradável ao ouvido. Trata-se de uma voz com harmónicos de altas frequências, posto que são importantes para a inteligibilidade do som.

Ora, para conseguir este timbre vocálico é imprescindível a impostação. A voz informativa radiogénica é uma voz impostada, emitida com ressonância, para que, como recorda Quiñones[22]: “com o mínimo esforço se obtenha o máximo rendimento fonador’”.

Mas, além de impostada, antes de tudo tem de ser uma voz moldável – insiste-se uma vez mais, com grande capacidade de adaptação. Não será uma voz constante, não soará de similar maneira em todas as circunstâncias, mas que será capaz dentro das suas possibilidades de modificar o seu timbre para o transformar em mais vivo, mais sério, mais intenso, mais próximo ou mais distante em função da mensagem emitida.

Estas seriam as qualidades tímbricas que uma voz informativa radiogénica tem de possuir. Ao contrário, nunca pode ser uma voz com algum tipo de defeito. Uma voz radiogénica não pode ter um timbre nasal, gutural, engrolado, gritador, sibilante, infantil ou velado. Para Cebrián Herreros[23], as vozes que mais incomodam são as guturais ou nasaladas. Ambas se podem corrigir, porque a sua origem não é fisiológica mas encontra-se numa incorreção articulatória. Então, não são totalmente descartáveis em rádio se se educam para eliminar esses defeitos.

Mas, se é imprescindível descartar as vozes nasais e guturais, também, conforme Tubau[24], na rádio se tem que prescindir das vozes guturais. De facto, “uma voz gutural é indesejável para um jornalista oral. Uma voz gutural ou campanuda suscita de imediato a animadversão da maior parte do público”. Assim, uma voz pode possuir um timbre agradável mas fazê-la demasiada agradável pode desembocar na voz gutural. A perceção de uma voz pedante costuma provocar a antipatia do público, pelo que se descarta para a emissão radiofónica. A voz radiogénica deve soar natural e esta naturalidade consegue-se emitindo a voz sem esforço, sem artifícios nem exageros.

A voz informativa radiogénica tampouco pode ser uma voz estridente, uma voz esganiçada, infantil, finalmente, demasiado aguda, o que se conhece por voz de apito. Em princípio, posto que também suscitaria reações negativas no público. Mas, assim, uma voz infantil, demasiado aguda, não transmite credibilidade, não possui autoridade, portanto, é difícil que consiga entabular comunicação com o ouvinte.

Por último, será necessário evitar as vozes sibilantes e veladas. Por sibilante entende-se aquela voz que se percebe como uma espécie de som, que soa como um assobio. As veladas são aquelas vozes cobertas, obscuras, que não parecem transparentes.

Finalmente, além das características antes citadas, a voz informativa radiogénica necessita de se encontrar livre de defeitos ou impedimentos fisiológicos da fala.

Conforme a intensidade.

Até ao momento delimitou-se a voz informativa radiogénica como uma voz grave e versátil com um timbre agradável e impostado, uma voz que transmite autoridade, credibilidade e segurança. Pela relação que existe entre as qualidades acústicas da voz, deduz-se que essa voz não pode acontecer com uma elevada intensidade. Em primeiro lugar, porque com o incremento de intensidade, uma voz não treinada costuma elevar-se, percebendo-se mais aguda. Em segundo termo, porque o timbre se modificaria transformando-se em mais distante, mais frio. Uma voz mais grave, por outro lado, não costuma exigir um aumento de intensidade para ser perfeitamente audível e o seu timbre costuma perceber-se mais íntimo e pessoal:

“sugere prática, demonstra-se continuamente que na rádio uma voz íntima, grave e pessoal é a que produz melhor efeito. Apesar de tudo, diariamente observa-se que nem todos falam ao microfone como ao representante de um dos milhões de radiouvintes que se encontram sentados, com total confiança ante o seu recetor, mas que se grita através do microfone a um grupo de milhões de pessoas'’[25].

Portanto, a voz informativa radiogénica é uma voz sem demasiada intensidade posto que é uma voz tecnicizada, amplificada em volume pelo microfone. Esta é a razão pela qual o locutor de noticiários nunca tem de gritar ante este elemento. Um forte incremento de intensidade ante um microfone se traduzirá numa saturação do som já que o técnico efetuou a regulação para a voz falada. Além disso, ante uma voz de forte intensidade, como comprovou Rodríguez Bravo[26], o ouvinte perceberá um incremento da tensão, quando a audiência aceita com maior agrado um discurso mais relaxado. Porém, conforme testemunha o mesmo autor, a tensão e o brilho encontram-se associadas à inteligência dos locutores, de tal maneira que “vozes com uma maior intensidade repartida ao longo de todos os formantes do espetro, construíram na imaginação dos nossos ouvintes locutores mais inteligentes".

Por outro lado, a intensidade estabelece uma relação psicológica de distância entre o locutor e o ouvinte. Como na rádio se persegue a proximidade com a audiência, a voz nunca pode subir demasiado em volume.

Finalmente, é necessário evitar os extremos. Por isso, o adequado é que a voz seja enérgica, sem alcançar os extremos da forte. Será uma voz, assim, com consistência, com presença, uma voz com personalidade. O mais apropriado sempre será uma voz débil, que se percebe mais insegura e carente de solidez.

Tudo isso não quer dizer que a intensidade deva manter-se constante. Ao contrário, como o tom e o timbre, tem de se adaptar ao conteúdo do texto. A intensidade tem de variar durante o discurso para captar de novo a atenção do ouvinte ou para remarcar alguns aspetos do texto, mas sem descer tanto que a voz resulte impercetível e sem alcançar o grito. Como salienta Cebrián Herreros[27]: “se se mantivesse o nível da voz sempre constante resultava uma uniformidade que faria perder interesse ao ouvinte”. Estas modificações tanto na intensidade como no tom e o timbre evitam a monotonia, no seu sentido mais amplo, como falta de variedade discursiva:

“não é necessário gritar para captar a atenção dos ouvintes, mas se é necessário efetuar alterações no volume da intensidade da voz utilizada na leitura de um texto, para ajudar à compreensão do seu conteúdo. Na leitura de qualquer texto, sempre deve evitarse a monotonia, para o qual se procurará modificar o tom, a velocidade e o volume, conforme o conteúdo do texto”[28].

Portanto, são recomendáveis leves modificações de intensidade.

Finalmente, a voz informativa radiogénica deve evitar elevar ou baixar demasiado a intensidade, não necessita ser nem forte nem débil, mas que tem de ser enérgica, isto é, manter-se numa intensidade media-alta e realizar variações intensivas em função do conteúdo do discurso informativo. Assim, em algumas vezes, ante notícias negativas, o locutor noticiarista radiofónico poderá incrementar a intensidade para transmitir a tensão da realidade e, em outros momentos mais relaxados, como por exemplo em informações de tipo social o cultural, descender em intensidade para refletir a tranquilidade.

Conforme a duração.

As vozes informativas radiogénicas também se encontram determinadas pela duração da emissão sonora. Esta, em nenhum caso, deve resultar muito efémera, pelos próprios condicionantes da perceção assim como pelas próprias características do canal radiofónico.

Em princípio, a duração da emissão vocal não pode ser muito breve posto que os sons necessitam de um determinado tempo para ser percebidos. Mas, na informação radiofónica, as notícias não devem tão só ser percebidas mas compreendidas e o processo de assimilação necessita de mais tempo que apenas a perceção. Além disso, a sensação psicológica que gera uma emissão vocal acelerada é de tensão. Por sua vez, esta excitação transmite nervosismo e, no final, tudo isso deriva em esgotamento para o ouvinte:

“na sua opinião, o ritmo excessivamente rápido provoca uma tensão que, se é prolongada, chega a resultar insuportável para o ouvinte, tal como acontece quando ouvimos alguns noticiários radiofónicos, cujas notícias não poucas vezes acabam por não ser compreendidas por quase ninguém precisamente por causa da velocidade e monotonia no ritmo com que costumam ser postas em antena”[29].

Como o volume de dados a transmitir é muito maior que em outros programas radiofónicos, a locução radiofónica informativa não pode ser em nenhum caso muito rápida, posto que então a voz perde a sua principal função: dirigir para o conteúdo.

“resulta extremamente grave que a velocidade de leitura nos noticiários seja tão elevada, muito mais que a de outro tipo de mensagens. O carácter concetual e racional dos noticiários e as consequências que a informação tem no conhecimento humano aconselham precisamente uma velocidade de pronunciação mais lenta ou ao menos similar à de outras mensagens menos relevantes, em benefício da clareza expositiva e, finalmente, da compreensão”[30].

Muitos locutores pensam ter realizado melhor o seu trabalho por ter contado à audiência um maior número de notícias em menor espaço de tempo. Porém, não tomam em conta que a audiência perdeu a maior parte desses dados porque se expressaram de maneira atropelada. Não houve lugar para a assimilação. Finalmente, o seu trabalho não terá servido para nada, como demonstraram alguns estudos experimentais[31]. Os resultados neste sentido relegaram a leitura para uma velocidade muito rápida aos últimos postos. Os sujeitos a valoraram como uma das menos agradáveis. Portanto, terá que cuidar-se de elevar demasiado a velocidade do discurso informativo.

A exigência de fugir das vozes lestas na informação em rádio também deriva do carácter irreversível do canal radiofónico. O ouvinte não conta com a possibilidade de voltar a ouvir aquilo que não compreendeu.

Posto que o ouvinte não dispõe da capacidade de retorno para comprovar uma determinada informação, a exposição deve resultar eficaz na primeira emissão. Por conseguinte, a locução não pode ser demasiado rápida.

No extremo contrário, tampouco são adequadas as vozes lentas, embora este não seja um defeito muito habitual na rádio. A emissão lenta provoca cansaço no ouvinte devido à monorritmia que gera. De facto, conforme Cebrián Herreros[32], “a exposição demasiado lenta no atraso nem implica o ouvinte e provoca a comunicação ineficaz'’. Ante isso, a audiência perde também a atenção. Assim, conforme algumas experiências[33], se a velocidade rápida é uma das mais incómodas, a lenta foi a que menos agradável pareceu aos sujeitos experimentais, ao resultar a mais melancólica. Portanto, mais que qualquer outro defeito quanto a duração, este tem de ser o que se deve evitar a todo o custo.

Finalmente, as vozes ideais para a informação radiofónica, as radiogénicas, são vozes pausadas que, sem lentidão, manifestam-se no tempo necessário para que o ouvinte assimile a informação que transmitem e, portanto, respondem às exigências de fugacidade do canal radiofónico.

Naturalmente, como no resto das qualidades da voz, devem ser vozes que combinem a velocidade de exposição com o conteúdo da mensagem informativa. Assim, os locutores de noticiários radiofónicos deverão acelerar a locução quando se encontram transmitindo alguma ação que se está desenvolvendo (por exemplo, numa crónica em direto) e combinarão com um ritmo menos acelerado quando os dados, mais que à ação, convidem à reflexão.

Finalmente, a voz radiogénica deve ser uma voz pausada com capacidade de adaptação da sua velocidade ao conteúdo da informação.

Conforme a atitude.

A combinação destas qualidades acústicas da voz determina a atitude ou disposição de ânimo que o locutor noticiarista radiofónico evidencia. As emoções refletem-se na voz e, por isso, o locutor deve cuidar a atitude com que fala ante um microfone, posto que é determinante na receção que realizará o ouvinte da mensagem. Uma voz informativa radiogénica necessita evitar sempre os extremos. Por termo geral, não pode ser uma voz excessivamente alegre nem triste, muito melosa ou muito distante, muito simpática ou demasiado antipática. Em geral, terá de ser uma voz neutral, adaptando-se à mensagem, mas não com excessivo zelo. Não existe nada tão artificial, quando se procura a naturalidade, que uma voz afetada, fingida ou uma voz triste contando um caso trágico. De facto, como recomenda Tubau[34]: “a um locutor de voz triste devia ser diretamente mandado chorar para casa”. Por outro lado, os estudos demonstram que a naturalidade é o traço mais valorado para que uma voz se perceba como agradável[35]. Portanto, o locutor radiofónico deve sempre manter como premissa principal a naturalidade na sua expressão.

Ante a dúvida, sempre é mais proporcionado manter uma atitude sóbria, natural, e, sobretudo, aproximar-se do microfone com humildade, de maneira relaxada e tranquila. Uma das atitudes mais valoradas pelos ouvintes, conforme Rodríguez Bravo[36], é a segurança. Assim, “quanta mais segurança reflete uma voz tanto mais adequada será para a locução radiofónica”. De facto, muito mais adequada será para apresentar noticiários radiofónicos, como também demonstraram outras experiências[37]. A segurança foi determinante para definir uma voz como a mais agradável na emissão de notícias na rádio.

Porém, essa atitude encontra-se em função, uma vez mais, no conteúdo do discurso. A atitude não pode nem deve ser a mesma para discursos noticiários que, por exemplo, publicitários ou dramáticos. Um programa informativo persegue uma atitude mais sóbria, sem que por isso a voz deva soar sonsa ou artificial. Ante notícias negativas, o mais recomendável é a moderação e, ante as positivas, a simpatia. De facto, vários autores aconselham que quanto maior dramatismo contenha uma informação, mais fria e distante deve ser a atitude do locutor. Porém, a frialdade pode constituir-se também como uma tomada de posição ante um acontecimento. Por esta razão, a melhor atitude é a sobriedade. Esta posição mais neutral que deve adotar o locutor noticiarista radiofónico não significa em nenhum caso que não deva dominar e explorar todos os recursos expressivos da sua voz. Todo o contrário. A diferença é que o locutor noticiarista radiofónico terá de ser mais seletivo. Como o resto, necessitará descobrir as suas possibilidades vocais e adaptá-las para que a mensagem resulte credível e se estabeleça a comunicação com o recetor. A fim de conseguir este objetivo, o locutor deverá treinar-se para dotar de expressividade um tipo de texto, o noticiário, que resiste mais ao adorno melódico. Sempre será mais moderado que qualquer outro conteúdo distendido mas nunca deverá alcançar a sobriedade absoluta. A realidade está viva e assim o locutor a deve transmitir ao ouvinte. Além disso, as informações de um mesmo espaço são de diferente signo, negativas e positivas, pelo que não convém manter constante a atitude ao longo do mesmo programa.

Em resumo, a voz radiogénica é aquela capaz de transmitir diferentes atitudes em função do conteúdo da mensagem, explorando a riqueza expressiva do texto informativo e mantendo, em geral, uma atitude sóbria embora cordial e natural para o ouvinte.

Finalmente, a voz mais agradável para os noticiários radiofónicos, a voz radiogénica é uma voz falada, microfónica, ressoante e impostada, desprovista de defeitos fisiológicos, mantida num tom grave, com domínio da sua extensão tonal, tímbrica, enérgica e pausada e que se manifesta de maneira sóbria embora natural e cordial.

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-TUBAU, Iván: Periodismo Oral. Hablar y escribir para radio y televisión. Paidós, Barcelona, 1993.

 

 

Tradução e adaptação

Rui de Melo

Doctor en Periodismo y Ciencias de la Información na Universidad Pontificia de Salamanca

e licenciado em Direito pela Universidade Católica do Porto



[1] O termo voz radiogénica é retirado de Rodríguez Bravo (1989), definindo assim a voz que melhor se adapta ao meio radiofónico.

[2] RODERO, Emma: "A voz informativa radiogénica. Falar de maneira correta e agradável da cabine." Mexican Journal of Communication, No. 79, Mexico, 2002.

[3]ARIAS RUIZ, Anibal: Radiofonismo. Conceitos para uma radiodifusão espanhola. A. Vasallo, Madrid, 1964, p. 395.

  No auge do tom vocal e na elevação da voz em relação ao número de vibrações por segundo do acorde vocais, que determina um registro grave, nem sempre é mais agudo, ou mais agudo, à medida que aumenta.

  Cit. em BALSEBRE, Armand: a linguagem do rádio. Presidente, Madrid, 1994, p. cinquenta. 

ROS, Mariano: Rádio informação. Mediação técnica, tratamento e programação. Synthesis, Madrid, 1994, p. 403.

 

[4] A altura do tom vocal é a elevação da voz decorrente do número de vibrações por segundo das cordas vocais, que determina um registo grave, se não forem muitas, ou mais agudo, conforme se incrementem.

[5] Cit. en BALSEBRE, Armand: El lenguaje radiofónico. Cátedra, Madrid, 1994, p. 50.

[6] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: A construção de uma voz radiofónica. Tese de Doutorado, Dto. de Comunicação Audiovisual e Publicidade da Universidade Autónoma de Barcelona, Barcelona, 1989, p. 257.

[7] KNAPP, Mark L.: Comunicação não verbal. Paidós, Barcelona, 1982.

[8] ELLIS, Richard: Theoryypratic of Human Communication. Paidós Communication, Barcelona, 1993, p. 67

[9] RODERO ANTÓN, Emma: Radiophonic Informational Locution. Parte experimental. Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade, Salamanca, 2001.

[10] BALSEBRE, Armand: A credibilidade do rádio noticioso. Feed-Back, Barcelona, 1964, p. 56

[11] RODERO ANTÓN, Emma.: Op. cit.

[12] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: Op. Cit., P. 258.

[13] KEITH COHLER, David: Broadcast Journalism. Um guia para apresentação de notícias de rádio e televisão. Prentice-Hall, New Jersey, 1985, p. 182. “Para o noticiário, as qualidades de voz mais desejáveis estão nos dois registros mais baixos, tanto em homens quanto em mulheres. Desculpe, suas letras e alto, mas é assim que é”.

[14] O timbre da voz é a qualidade que distingue algumas vozes de outras. É produzido pela soma do tom vocal mais os harmónicos que ocorrem nas cavidades ressonantes ou articulatórias.

[15] BOYD, Andrew: Broadcast Journalism: Techniques of radio and TV News. Focal Press, London, 1994, p. 142. “In radio, what scores is a clear resonant voice that conveys authority: in fact, the voice can often belie the looks. One British newsreader who sounded broad-shouldered, seasoned and dakly handsome on air, was in the flesh sort and with a glass eye”.

[16] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: Op. cit., p. 256.

[17] Harmonicidade - a maior ou menor intensidade de frequência

[18] CICERO, Marco Tulio: O Palestrante. Alma Mater, Barcelona, 1967. Texto revisado e traduzido por Antonio Tovar e Aurelio R. Bujaldón.

[19] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: A dimensão sonora da linguagem audiovisual. Paidós, Barcelona, ​​1998, p. 280

[20] BOYD, Andrew: Op. Cit. p. 143. "Razoável, rico, nítido e ressonante e livre de obstáculos óbvios."

[21] RODERO ANTÓN, Emma: Op. cit.

[22] QUINONES, Carmen: Cuidando da voz. Exercícios práticos. Escola de Espanhol, Madrid, 1997, p. 63

[23] CEBRIAN HERREROS, Mariano: Rádio informação. Mediação técnica, tratamento e programação. Synthesis, Madrid, 1994, p. 403.

[24] TUBAU, Iván: Jornalismo Oral. Fale e escreva para rádio e televisão. Paidós, Barcelona, ​​1993, p. 41

[25] ARNHEIM, Rudolf: Estética radiofónica. Gustavo Gili, Barcelona, 1980, p. 50.

[26] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: Op. cit., 1989, p. 256.

[27] (CEBRIAN HERREROS, Mariano: Op. cit., p. 71.

[28] FÉNIX, Equipo: La Radio. Rosaljai, Barcelona, 1996, p. 46

[29] MERAYO PEREZ, Arturo: Curso Práctico de Técnicas de Comunicación Oral. Tecnos, Madrid, 1998, p. 239.

 

[30] MERAYO PEREZ, Arturo: Para entender la radio: Estructura do proceso informativo radiofónico. Universidad Pontificia de Salamanca, Salamanca, 1992, p. 114.

[31] RODERO ANTÓN, Emma.: Op. cit.

[32] CEBRIAN HERREROS, Mariano: Op. cit., p. 411.

[33] RODERO ANTÓN, Emma: Op. cit.

 

[34] TUBAU, Iván: Op. cit., p. 42.

[35] RODERO ANTÓN, Emma: Op. cit.

 

[36] RODRIGUEZ BRAVO, Angel Andrés: Op. cit., 1989, p. 260.

[37] RODERO ANTÓN, Emma: Op. cit.

 

 

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