A propósito das patacoadas, desvarios e bambochatas a que o comum dos cidadãos já se habituou a chamar "relvadas", achei por bem publicar a obra científica por mim desenvolvida. Na linha do que se ia passando com a inovação tecnológica que irrompia, os profissionais estudiosos preocuparam-se em conhecer as virtualidades que as novas ferramentas traziam e que possibilitavam "maravilhas".
Dezenas de anos de rádio dão muito que contar. É o que estou a fazer. Portuense Rádio Clube, Rádio Porto, Electro-Mecânico (E. do Norte Reunidos), Rádio Alto Douro, Rádio Clube Português, Rádio Clube do Uíge, Rádio Clube de Angola, Rádio Renascença (desporto), RDP, Antena 1 e Rádio Comercial foram portos da minha viagem de mais de 40 anos pela rádio. Em 1996, optei pelo ensino superior, fazendo o doutoramento na U. Pontificia de Salamanca. Lecionei no ISCIA, em Aveiro, na ESAD, e na UFP.
Como a rádio digital, começando mal, teve de acabar mal
O que aqui vai ficar exposto é só um ponto de vista, o meu, com preocupações científicas mas com uma grande carga de vida de experiência feita em 36 anos de rádio. Aquilo que nos anos 90 eu via como um renascer da rádio, tornou-se no seu grande pesadelo.
O entusiasmo das primeiros tempos enfermou do espírito de certezas absolutas de que sempre tem vivido a elite da inteligentzia europeia, que ficou muito escandalizada com a resistência que os americanos opuseram.
Hei-de ir manifestando a minha opinião no propósito de descobrir e pôr a nu as razões do fracasso (temporário) da rádio digital. Para já fica o desencadear das hostilidades.
Como é que é possível, em Portugal, gastar-se milhões de euros em emissores e todo o instrumental inerente e deitar tudo fora?
1. Não assistimos a uma campanha empenhada de fabrico de receptores e respectiva comercialização.
2. Porque é que a RDP, que tinha uma execução financeira impoluta, sem problemas, foi absorvida por uma empresa afogada em dívidas (a RTP)?
3. Porque é que, sendo o serviço público de radiodifusão um valor das sociedades ocidentais (com objectivos traçados em foruns internacionais como a UER, a UNESCO ou a ONU), é tão desajeitadamente abordada por gentinha que pretende travesti-la de concessão, vendê-la a retalho ou qualquer outra reservada finalidade que passa ao lado da sua razão de ser.
4. Essa gente saberá que os Estados Unidos da América também têm rádio e televisão públicas precisamente porque os privados não preenchiam necessidades de educação e formação? ("Public Broadcasting Act de 1967)
5. Garanto-vos que os americanos não estão à espera de qualquer "brilhante" decisão dos "iluminados" do nosso governo.
6. O problema RTP/RDP é muito simples de resolver. A classe dirigente é tanta e gasta tanto que há alturas em que julgo que não é só nas notícias que a pirâmide está invertida. Toda aquela organização tem o topo muito mais largo que a base. E os governos (todos) que tivemos sabem porquê. Este também. Todos os dias tenho notícia de conselheiros e supervisores que surgem do nada...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
HOJE HÁ COISAS
A linguagem sedutora da rádio
A linguagem sedutora da rádio Cristina Romo A rádio é o meio sonoro por excelência. É, seguindo McLuhan, a extensão da boca, da laring...
SUGESTÃO
-
A rádio no contexto da comunicação multiplataforma Mariano Cebrian Herreros foi um dos meus professores no Curso de Doutorado que comple...
-
A linguagem sedutora da rádio Cristina Romo A rádio é o meio sonoro por excelência. É, seguindo McLuhan, a extensão da boca, da laring...
-
A rádio, as pessoas e as suas coisinhas A rádio tem a sorte de ter um estudioso como o professor Rogério Santos. Entre várias obras publ...
Sem comentários:
Enviar um comentário